O HIDS se propõe a ser uma construção coletiva, que inclui a participação de toda comunidade. Sendo assim, a equipe da Unicamp, que coordena o planejamento do HIDS, tem estabelecido algumas estratégias para divulgar o projeto e coletar contribuições sobre o(s) conceitos(s) que poderiam nortear a construção do conteúdo desse Hub para o desenvolvimento sustentável e receber sugestões sobre as atividades que podem ser desenvolvidas.
Esse ano reuniões virtuais têm sido realizadas com os diretores de todas as unidades de ensino e pesquisa da Unicamp, para coletar sugestões para a criação de laboratórios vivos no HIDS.
Um laboratório para a construção de equipamentos para diagnóstico e tratamento de câncer, essa foi a proposta do pesquisadores do Departamento de Raios Cósmicos e Cronologia (DRCC), do Instituto de Física da Unicamp (IFGW).
Nos últimos anos uma abordagem no tratamento do câncer que vem ganhando atenção em nível mundial é a terapia com prótons por conta da maior precisão e da redução de efeitos colaterais. Isso é possível porque, diferentemente da radiação convencional, que perdem a energia continuamente ao atravessar a matéria, os prótons concentram a perda da energia em uma região limitada de espaço. Com isso, ao ajustar essa região para o tumor de paciente, é nessa área que vão incidir os danos da radiação, sem prejuízos para o tecido saudável. Atualmente, há cerca de 60 aceleradores de prótons em operação no mundo. Seu custo varia conforme a energia do acelerador, mas não é menor do que R$ 50 milhões.
Na proposta dos docentes do DRCC, a sugestão de um laboratório dedicado ao desenvolvimento de um cíclotron para a confecção de radioisótopos para diagnóstico de câncer e/ou de um acelerador de prótons para tratamento de tumores, especialmente os localizados, como cabeça, pescoço, fígado pulmão e os gastrointestinais. “Seria uma ótima oportunidade para emprego e ampliação da expertise em instrumentação de aceleradores formada em Campinas e que foi responsável pela construção do Laboratório Nacional de Luz Sincrotron (LNLS) e depois do Sirius, ambos no CNPEM, e também aos vários físicos experimentais de altas energias do DRCC/IFGW, os quais têm exercido papel de destaque na construção e operação de aceleradores, principalmente na parte de detecção de partículas, em grandes colaborações internacionais”.
O CNPEM é uma das instituições que compõem o Conselho Consultivo Fundador do HIDS. Em julho deste ano foi assinado um convênio entre todas as instituições do Conselho que tem como objetivo justamente viabilizar a formação de parcerias e a construção de parcerias entre elas.
Ainda de acordo com a proposta enviada pelos docentes do DRCC, estes dois equipamentos poderiam ser adquiridos prontos, abrindo novas frentes para o tratamento de câncer no complexo de saúde da Unicamp. No entanto, considerando a abrangência do HIDS e pensando na ocupação da Fazenda Argentina de forma estratégica, “seria muito proveitoso reservar uma área da Fazenda para construir esse laboratório, em cooperação com vários unidades de ensino e pesquisa da Unicamp, além do IFGW, como por exemplo, a Faculdade de Medicina, a Faculdade de Engenharia Elétrica e ainda o CNPEM.
Por Patricia Mariuzzo