Em sua origem, o HIDS foi imaginado como uma estrutura a ser criada na Fazenda Argentina e integrada de modo harmônico aos campi da Unicamp. Com a evolução das atividades de prospecção de atividades que poderiam ser desenvolvidas no HIDS, tornou-se evidente a sinergia e a oportunidade desta iniciativa com a vocação dos diversos atores que compõem a região do Ciatec II – o Polo de Alta Tecnologia.
Foi com esse espírito que a Unicamp iniciou conversas com instituições que já estavam presentes no entorno da Fazenda Argentina. As conversas evoluíram e, em dezembro de 2019, foi criado o Conselho Consultivo Fundador do HIDS, que foi oficializado por meio de um convênio em 2020.
O que moveu a criação do Conselho foi aproveitar a presença dessas instituições no território do HIDS para fortalecer o projeto e avançar na implementação do Hub.
O Conselho tem caráter consultivo, com reuniões trimestrais. Fazem parte do Conselho:
- Unicamp
- PUC-Campinas
- Facamp
- Embrapa
- Instituto Eldorado
- CPQD
- CNPEM
- Cargill
- TRB Pharma
- Cariba Incorporação
- Sanasa
- CPFL
- Prefeitura de Campinas
- Governo do Estado de São Paulo
Todas as decisões sobre o HIDS serão submetidas ao Conselho para discussão e conhecimento, com objetivo de contribuir na definição das atividades que poderão integrar o HIDS e nortear seu planejamento e a construção de sua governança. O compromisso dessas instituições com o HIDS deve favorecer o estabelecimento de parcerias de pesquisa e desenvolvimento na forma de laboratórios vivos em várias áreas.
O Conselho tem discutido um modelo de governança para o HIDS. Algumas possibilidades que foram aventadas foi a criação de uma Associação Civil sem fins lucrativos, qualificável como Organização Social ou por meio de uma Fundação. Mas o modelo final ainda não foi definido.
Em junho de 2022, por meio da Resolução nº 23/2022, a Unicamp criou a Coordenação de Implantação do HIDS Unicamp para formular o planejamento inicial da implantação do Hub Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (HIDS) no espaço da antiga Fazenda Argentina. Esse planejamento deverá observar as condições urbanísticas e de sustentabilidade (ambiental, social e financeira) que permitam que a Unicamp realize, a médio e longo prazos, atividades de pesquisa, ensino e extensão de forma integrada com o entorno do HIDS Unicamp.
A equipe da Coordenação de Implantação do HIDS Unicamp é composta por:
- Mariano F. Laplane – Coordenador da equipe /Assessor do Gabinete do Reitor/Instituto de Economia
- Adriana Nunes Ferreira – Chefia Adjunta de Gabinete/Instituto de Economia
- Eduardo Gurgel – Parque Tecnológico da Unicamp
- Gabriela Celani – Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FECFAU) e Ceuci
- Marcelo Cunha – Professor do Instituto de Economia
- Miguel Bacic – Economia Solidária/Instituto de Economia
- Thalita dos Santos Dalbelo – Coordenadoria de Sustentabilidade (CSUS/DEPI/Unicamp)
- Wesley R. Silva – Professor do Instituto de Biologia
- Sonia Regina da Cal Seixas – CAMEJA/DEDH/Pesquisadora do Nepam/Unicamp
A Coordenação de Implantação do HIDS Unicamp deverá:
- Delinear um Plano de Ocupação do HIDS Unicamp, no espaço da antiga Fazenda Argentina;
- Avaliar a aderência dos projetos a serem implantados com os princípios de sustentabilidade do HIDS Unicamp;
- Elaborar a proposta de estrutura institucional do HIDS Unicamp;
- Representar a Unicamp na interação com as outras entidades públicas e privadas participantes na implantação do HIDS Unicamp.;
- Prospectar parcerias que auxiliem na implantação do projeto.
A Unicamp está iniciando a elaboração de um plano de ocupação da Fazenda Argentina. Para isso vamos fazer um levantamento de projetos alinhados à Agenda 2030 em que haja interesse de ocupar a área da Fazenda.
Os projetos serão avaliados pela equipe da Coordenação de Implantação do HIDS Unicamp, seguindo princípios norteadores.
Os projetos passam pela Comissão de Planejamento Estratégico Institucional da Unicamp (COPEI – responsável pela análise, aprovação e recomendações de assuntos estratégicos para a Unicamp e, por isso, em 2019, através da Deliberação CONSU-A-019/2019, assume também a responsabilidade sobre a priorização dos empreendimentos, bem como o acompanhamento da execução dos mesmos junto à DEPI, Diretoria Executiva de Planejamento Integrado). A aprovação dos recursos passa também pela COP, Comissão de Orçamento e Patrimônio. Os projetos também têm que ser aprovados pelo Conselho Universitário da Unicamp (CONSU – compete ao Conselho exercer a jurisdição superior da Universidade e traçar as suas diretrizes.
É atribuição do CONSU aprovar a criação ou extinção dos cursos de graduação e pós-graduação e os planos de expansão e desenvolvimento relativos ao ensino e à pesquisa na Unicamp, além de deliberar sobre a política orçamentária e administrativa da Universidade).
O único projeto já em andamento é o dos corredores ecológicos que foi aprovado nas comissões mencionadas acima.
A Fazenda Argentina será destinada a atividades de ensino, pesquisa e extensão, voltadas para a geração e transferência de conhecimento para promover os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Pesquisadores, professores da Unicamp e empresas podem propor projetos (em parceria com a Unicamp) para serem desenvolvidos na Fazenda Argentina. Dentro da Unicamp, a governança do HIDS está a cargo da Coordenação de Implantação do HIDS Unicamp. As propostas serão avaliadas pela equipe da Coordenação de Implantação do HIDS Unicamp.
O Conselho Fundador é atualmente composto por pessoas jurídicas. A possibilidade de ter representantes da comunidade no Conselho do HIDS tem que ser submetida à análise em uma das reuniões ordinárias do Conselho. A próxima reunião está prevista para acontecer em abril de 2023.
Em relação aos pontos que foram estudados no Real Parque e Terras do Barão, essa foi uma exigência do IPHAN para o estudo histórico-arqueológico que realizamos. O IPHAN exige que se incluam as áreas de influência direta e indireta nesse tipo de estudo. Foi por isso que a equipe contratada estendeu os limites geográficos até bem distante do HIDS. Isso não significa em absoluto que essas localidades ou quaisquer outros patrimônios históricos sejam incorporados ao HIDS. Não temos como fazer isso legalmente, nem mesmo com a Mata de Santa Genebrinha, vizinha ao HIDS.
Nossa expectativa é que os esforços de conservação do patrimônio ambiental e cultural do HIDS encorajem os moradores e a Prefeitura de Campinas a terem a mesma preocupação em relação ao patrimônio vizinho ao HIDS.
O HIDS jamais será uma ilha no cenário ambiental e histórico da região. Para nós está muito claro que não adianta tentar preservar o patrimônio do HIDS sem preservar também os recursos florestais, hídricos e culturais do entorno. Mas a maneira de viabilizar isso tem que ser por meio de parcerias e colaborações com as entidades públicas, privadas e do terceiro setor que cercam o HIDS.
Mas a maneira de viabilizar isso tem que ser por meio de parcerias e colaborações com as entidades públicas, privadas e do terceiro setor que cercam o HIDS.
O envolvimento se deu a partir de uma apresentação do HIDS na Fazenda Argentina para o representante do BID em um encontro que aconteceu na Unicamp em 2018. O representante disse que o tema era de grande interesse e que poderia financiar estudos para elaboração de um master plan para o HIDS (na ocasião o HUB ocuparia somente a área da Fazenda Argentina).
O BID investiu US$ 1 milhão a fundo perdido. O investimento foi oficializado por meio de um convênio entre a Prefeitura de Campinas e a Unicamp.
Os recursos não vieram para a Unicamp, nem para a Prefeitura. Eles foram aplicados em consultorias que realizaram estudos sobre o HIDS:
- Governança do projeto (organização de reuniões, elaboração de relatórios etc.): empresa Inventta
- Estudos sobre um modelo jurídico para o HIDS: consultoria da Faculdade de Direito da PUC-Campinas);
- Estudos para elaborar um modelo de negócios para o HIDS: consultoria da Sociedade Portuguesa de Inovação/SPI;
- Contratação de consultor para fazer a comunicação do projeto: Patricia Mariuzzo;
- Contratação de consultor para apoiar a criação de uma plataforma de avaliação de sustentabilidade: Clara Leite e Katia Kishi;
- Contratação de consultoria para diagnóstico arqueológico da área do HIDS: empresa ANX;
- Contratação de consultoria para diagnóstico ambiental do HIDS: empresa Carbono Zero;
- Contratação de consultoria para elaborar o master plan do HIDS: Instituto coreano KRIHS, e Demacamp.
Os recursos do BID também foram utilizados para viabilizar a missão para a Coreia em 2022.
Em 2023 também será publicado um livro que vai reunir os principais resultados do projeto utilizando os recursos finais do convênio com o BID (mais informações nesse link).
Os atores envolvidos no convênio com o BID foram a Unicamp, Prefeitura de Campinas, e governo do Estado de São Paulo.
Logo após o encontro com o BID, a Unicamp participou de uma reunião na Prefeitura sobre a lei de zoneamento para o Ciatec. Então, o coordenador do HIDS na Unicamp falou sobre o financiamento do BID para elaborar o master plan do HIDS na Unicamp e sugeriu que a área de planejamento fosse ampliada para todo o Ciatec 2. A PUC-Campinas, presente na reunião, pediu para que a área do campus 1 da PUC fosse incluída na área de estudos e de planejamento do master do HIDS. A Prefeitura aceitou a sugestão. Para ampliar a área de planejamento, o BID exigiu que fosse formalizado apoio do governo federal ao projeto. No entanto, diante da impossibilidade de ter esse apoio do governo federal, foi feito um convênio de apoio com o governo estadual, via Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Depois dos acertos com o BID para ampliação da área de planejamento, o BID informou que a fonte de financiamento seria um fundo coreano, o que implicou na contratação do KRIHS.
O master plan é uma proposta de modelo de ocupação para a área do HIDS. Um ponto de partida. Com relação à Fazenda Argentina, a Unicamp pode fazer as adequações que julgar necessárias.
A premissa da criação do HIDS é que os recursos naturais presentes no território: fragmentos de vegetação nativa remanescente, nascentes, áreas de preservação permanente, mata tombada e sua respectiva zona de amortecimento sejam respeitados desde a fase de planejamento de ocupação, buscando assim manter sua conservação. O projeto dos corredores ecológicos busca viabilizar esse objetivo.
Ficou acordado que um mapa georreferenciado da área, identificando estes elementos, seria enviado pela Coordenadoria de Sustentabilidade da Unicamp (CSus).
O único projeto já aprovado para a Fazenda Argentina é o dos corredores ecológicos.
A aquisição da Fazenda foi aprovada em 2013 pelo Conselho Universitário (Consu). Segundo consta na Ata, “A área será destinada à expansão do ensino, pesquisa e extensão da Unicamp”.
A compra foi concretizada em 2014. Adquirida por um valor abaixo do mercado, o objetivo da aquisição da área, com 1,4 milhão de metros quadrados, foi ter uma reserva para uma expansão planejada em longo prazo, visando a melhoria da infraestrutura de ensino, pesquisa e extensão da Unicamp, além de incrementar os espaços de cultura e lazer oferecidos à comunidade interna e à população em geral. Já à época da concretização da compra foi definido que as áreas de preservação ambiental seriam mantidas.
A Inova é responsável pela gestão das tecnologias geridas pela Unicamp, pela propriedade intelectual, contratos de parceria e depósito de patentes. Também administra o Parque Tecnológico da Unicamp e sua Incubadora. A transferência da sede da Inova teve como objetivo concentrar as atividades realizadas pela Agência dentro do Polo Tecnológico de Campinas (Ciatec), em local mais próximo de algumas das empresas-filhas da Unicamp e de outros importantes atores do ecossistema da cidade como o CNPEM e o CPQD, assim como ser um ponto de partida para alavancar a implantação do HIDS.